a gente só precisa ouvir...

           No último fim de semana, por indicação de alguns de meus alunos, assisti o filme “O Som do Coração”, bonita história, descontando a imensa quantidade de clichês do cinema hollywoodiano que às vezes me deixaram de saco cheio. Mesmo assim fiquei tocado e no calor daquele momento resolvi que escreveria alguma coisa a respeito do filme aqui no blog. Como de praxe, dei uma enroladinha básica e quando resolvi de fato escrever, descobri que no fim de semana passado (9 de outubro) seria o dia da comemoração do aniversário de 70 anos de John Lennon, um fato que não poderia passar em branco, visto que o autor dos textos é um beatlemaníaco, cresceu escutando as letras e melodias criadas pelo personagem em questão, e pelo simples fato da influência direta exercida pelo banda do sujeito, uma tal de “The Beatles”, no movimento Clube da Esquina e na música pop mundial.

           Mais uma vez não escrevi nada, aquela enroladinha ainda persistia, agravada agora pela dúvida. Qual dos itens se transformaria num texto interessante e válido dentro deste universo criado pela banda “Sal da Terra”?

           Pensando a respeito, achei que dava pra falar das duas coisas de uma vez só. No filme, acompanhamos a trajetória de Evan Taylor, um garotinho fruto do relacionamento de Lyla Novacek, uma famosa violoncelista e Louis Connely, guitarrista e cantor de uma banda de rock, relacionamento este, daqueles resumidos em uma noite, ou seja, foi só uma bimbadinha e pronto, já estava lá o menino. Num ato meio de desespero e totalmente impensado o pai da moça, aproveitando-se de um acidente de carro que ela sofre, entrega o pequeno Evan para a adoção, dizendo à Lyla que o pequeno havia morrido. Até então o coitado do Louis nem sabia que a mulher estava grávida e nunca mais a encontrou, achando que tinha tomado um pé na bunda da mulher que julgava ser seu grande amor. Esta teia de acontecimentos leva os dois a largarem a música e tornarem-se pessoas tristes e incompletas. Assim, vemos Evan Taylor, crescendo num orfanato e ouvindo e “sentindo” música por todas as partes, tendo a certeza de que não havia sido abandonado e que de alguma forma a música o levaria de volta a seus pais. Situação esta que realmente acontece, quando todos os envolvidos se deixam levar pelo amor a música.

           A vida de Jonh Lennon, também pode ser resumida nesse amor à música. Fruto de uma família meio doida, com o pai distante e criado pela avó, enxergou na música uma maneira de exorcizar seus medos, anseios e conseguir liberdade. Fez isso de maneira sublime, criando canções que com certeza fazem parte do repertório da vida de quase todas as pessoas do mundo. Viveu intensamente e por conta, talvez desse seu amor pela música, foi morto de maneira absurda por um fã retardado, mas essa já é outra conversa e fica pruma próxima vez...

“A Música está ao nosso redor. A gente só precisa ouvir!!”