sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Socialização e Expropriação...

           É inegável, nos tempos de hoje, a enorme influência exercida pela chamada “inclusão digital” na vida de uma grande parcela da população brasileira. Esta mesma parcela se enquadra num grande grupo consumidor de cultura pop (música, cinema, literatura, etc). Numa discussão futura, podemos pensar a respeito deste controverso rótulo. Para o momento, vamos nos ater a enxergá-lo como a produção cultural direcionada a seres “pensantes” com um mínimo de exigência com relação à qualidade. Aceitando estas constatações, percebemos o papel preponderante do computador e, numa esfera mais profunda, da internet na vida e nas escolhas desta importante fatia de nossa população.

           Muito se fala na regulamentação do uso e do consumo do veículo “internet”, onde restrições, e porque não dizer censura, vem ganhando espaço nas discussões políticas e nos grupos que se preocupam com o rumo que a “nova” cultura e a “nova” mídia vem tomando. Uma das grandes preocupações gira em torno da pirataria, e como conseqüência temos de direcionar nosso olhar para questões como direitos autorais e principalmente sobre o domínio do artista sobre sua própria obra.

           Um caminho de duas vias se abre a nossa frente. O que seria mais interessante para o produtor cultural: o retorno financeiro pelo consumo de seu produto, ou a divulgação e maior alcance de sua obra, gerando assim mais possibilidade de show/exposição/exibição e conseqüente retorno financeiro? O que é melhor para o artista: direcionar sua produção para uma determinada e selecionada parcela da população ou ampliar seu acesso, expandindo seus horizontes para além de fronteiras físicas?

          É evidente que essa é uma discussão bem mais profunda e precisa de um cuidado bem maior do que a forma superficial como foi tratada aqui. Nossa intenção mora simplesmente em suscitar a discussão e abrir os olhos a importantes questões que estão em total consonância com nossos anseios enquanto produtores/consumidores culturais que usam a internet e todos os seus recursos e se preocupam com a liberdade, em qualquer instância, e em especial com a liberdade de expressão.



9 comentários:

  1. Ahhh! Hahahaahah
    Gostei do título! Só não gostei desse Seu Madruga aí.
    E eu sei que você vai pensar quando ler: hunf! o Seu Madruga é o mais legal!

    beeejos!

    ResponderExcluir
  2. Uma imagem forte pra chamar a atenção do leitor para um assunto bem importante. Quem quiser saber mais, procure sobre a lei azeredo (ai5 digital). Você que baixa coisas pela net, tá correndo o risco de se transformar em um criminoso.

    ResponderExcluir
  3. Certamente é um assunto que gera muitos questionamentos/posicionamentos nos dias de hoje. Tenho a certeza de que para nós, que botamos os ovos de ouro na cesta, a situação é muito esclarecida, não tenho dúvida de que a divulgação em massa promovida pelos meios de comunicação de broadcast são realmente uma boa solução para conseguir bons trabalhos/exposições/shows/audições e por aí vai.

    Flw seu madruga

    ResponderExcluir
  4. Muito bom, ótimo assunto!

    Concordo com: "a divulgação em massa é uma boa solução para conseguir bons trabalhos e etc".
    Talvez eu esteja falando bobagem, mais as músicas inúteis veio com a expansão digital (funk do rio, e outros sons que prefiro não comentar). Não me lembro dessas música antes da grande inclusão digital.

    Sei que se trata mais de bom senso de cada um, mais tenho saudades do tempo onde o público, ao se depara com uma nova obra, somente fechava os olhos e ouvia a música. Hoje em dia o visual vem sendo muito mais valorizado do que a própria música...

    Isso é lamentável pra mim...

    ResponderExcluir
  5. Assunto complicado, visto que temos dois pontos de vista diferentes.
    Creio eu que a distribuição em massa é um excelente meio de divulgação do produto, pois chega nas mãos da maioria, através da facilidade que o meio de comunicação proporciona.
    Já que a internet gera essa grande dificuldade de controle, porque não aproveitar e investir na divulgação em massa?

    Abraços,

    Cláudio Peroli

    ResponderExcluir
  6. Certamente, quando você começa a filtrar o seu nível de convívio social, consegue também filtrar o que vai ouvir, entretanto quando se fecha para novas possibilidades, começa a demonstrar que sua cabeça está tão limitada quanto seu ouvido, ao não perceber que muito da arte foge do seus limites, extrapola suas condições para um alcance socio cultural de outro âmbito. O funk brasileiro certamente é uma música de baixa qualidade técnica, mas de tão incrível expressão quanto a arte pop do século XX. Dizer que uma época é mais simplória do que a outra é extirpar do ser humano a capacidade de se envolver com o meio em que vive.

    ResponderExcluir
  7. A liberdade de expressão sempre deve prevalecer. Para mim é inegavel que o tal "funk" é uma manifestação válida, e com ou sem internet iria existir. Acredito que talvez pelas facilidades tecnológicas, conseguiu extrapolar as fronteiras do gueto em que sempre esteve. Além disso, este movimento vai além de musical, em minha concepção é muito mais social que qualquer outra coisa.
    Fico muito feliz em conseguir estabeler um debate com minhas colocações (graças a internet).
    Mas atenção para não desviarmos do assunto central, nossa liberdade não deve ser tolhida, motivados por interesses conservadores e censores.

    ResponderExcluir
  8. Infelizmente nem todas as pessoas têm essa consciência...Penso eu que pessoas que praticam tal coisa deveriam ser consideradas criminosas e pagar por isso!Acho que falta um pouco de educação e bom senso por parte de alguns... Em relação ao funk carioca, que na verdade não é funk de verdade e vocês sabem disso, eu só posso dizer que é uma pena que o brasileiro chegou a esse ponto tão baixo e vulgar...Mas isso é outra coisa, o que eu quero dizer é que a o trabalho de um artista deve ser respeitado e valorizado independente de qualquer coisa!Um meio para amenizar essa crise toda seria o ajuste dos preços do produto original em relação ao salário mínimo.O artista muitas vezes não tem culpa do preço alto do seu produto, portanto acho que se cada um emplantasse uma loja virtual em seu site ficaria tudo mais fácil e acessível, visto que hoje em dia a maioria das pessoas têm acesso a internet.E com isso o artista poderia ter controle do preço real dos seus produtos e fazer promoções, saldões e etc etc etc. Mas tudo isso depende de muita coisa...O mercado fonográfico está quebrando por isso.Antigamente 1 Milhão de cópias era o mínimo, hoje em dia se você vende 10 mil é motivo para comemorar.Tudo isso é uma consequência da inclusão digital e da manipulção da mídia que, cá para nós, chega a ser ridícula!

    Abraço!

    ResponderExcluir
  9. Baixo pelo menos uma discografia completa por madrugada. Acredito que o lucro maior do artista deveria ser em shows... e com a pirataria a música do artista é levada a toda a classe social. @Leandro_Dourado

    ResponderExcluir