segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

aquela paz...

            Não sei se posso chamar o que vou narrar agora de “reflexo de uma geração”, mas cresci e acostumei a ver meu ciclo de amizades não gostar de polícia. Acostumei também a acompanhar pelos noticiários inúmeras mostras de despreparo e ações descabíveis deste poder, responsável pela ordem social e segurança pública, servindo em grande parte para me fornecer argumentos e confirmar minhas convicções. Porém, nestas últimas semanas, para em um primeiro momento, jogar por terra essas “teorias” forjadas ao longo dos anos, acompanhei a ação (digna do cinema hollywoodiano) vivenciada no Rio de Janeiro que teve como protagonistas estes personagens tão desgastados e considerados vilões em muitas de minhas histórias.

            Após uma seqüência de ataques a bens públicos e particulares, onde o terror e a violência ganharam as manchetes e o foco da atenção nacional, fornecendo mais uma vez provas claras da existência efetiva de um poder paralelo vigente na sociedade carioca (e porque não dizer brasileira), a força policial foi posta a prova e obrigada a levantar seus traseiros e ir às ruas mostrar serviço. Dessa forma, do conforto e “segurança” de nossas casas, conseguimos acompanhar, com certo receio e desconfiança, a ação policial de “reconquista” da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, territórios emblemáticos e importantes para o chamado crime organizado em nosso país.

           Com certo grau de espanto, de repente percebi que dessa vez eu estava gostando da atuação dos policiais. Acompanhar as imagens de bandidos correndo em desespero, fugindo por esgotos e acuados em suas tocas, fez bem para os cidadãos de bem, trabalhadores e que buscam pelo fim da violência e do medo que acompanham a vida nas grandes metrópoles. Porém, passado o momento “heróis nacionais”, conseguimos analisar com mais calma e frieza e tirar algumas conclusões a respeito da situação que vivenciamos.

           O primeiro ponto a se tocar, mora na evidente fragilidade do crime organizado tupiniquim. Foi com uma facilidade inimaginável que as forças do estado adentraram o território inimigo e conseguiram alcançar seus postos de controle. Passamos assim, instantaneamente para um segundo questionamento. Já que tínhamos a força necessária para controlarmos a situação com tamanha facilidade, porque só a usamos numa situação limite como a que foi vivida por nossos conterrâneos cariocas? Ainda proponho um terceiro debate: qual seria a melhor estratégia para se combater a violência social e o crime organizado? Manter essa atual política de embate e confronto direto, ou investir na educação, criando os mecanismos necessários para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária? Ataque ou prevenção?

           Acredito muito na mudança através da educação e em meus pensamentos mais profundos, persiste aquela sensação de repulsa em relação à polícia.

2 comentários:

  1. Primeiro comentário...uhauhauha

    Então, interessante o texto. Foi doido dimais ve os malandro correndo e a polícia metendo bala do helicóptero....
    Acho que primeiro tem que atacar os maluco, invadi os morros messssssmo; e depois entrar com a educação, isso é, se quiserem tentar da um fim nisso por agora, porque nao a educação que vá mudar a realidade das favelas do Brasil, em especial Rio e São Paulo.....

    Sérgio batera.

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  2. A educação de qualidade sempre será a melhor arma contra qualquer crime!
    É claro que não basta só educação... mas ja é um bom começo!
    Quando morre um bandido hoje, na favela ja tem 50 querendo assumir o lugar!!

    Amanda

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