segunda-feira, 4 de julho de 2011

uma andorinha não faz verão...

  Sempre fui do tipo de pessoa que manteve uma certa “birra” com os chamados ditos ou provérbios populares. Me causava até dores de barriga, obter como respostas aquelas pequenas frases prontas, para questionamentos, que a meu entender eram coisas sérias. Coisas do tipo: “devagar se vai ao longe” ou “os últimos serão os primeiros”, usados para justificar a moleza de uns e os atrasos de outros, “é melhor um na mão do que dois voando”, como justificativa para um provável conformismo. Exemplos destas pequenas “pérolas” da sabedoria popular não nos faltam e, com efeito, totalmente paradoxal, me utilizo de um destes provérbios para iniciar nosso papo.
            “Santo de casa não faz milagre”. Analisando a atual cena cultural em nossa cidade, percebemos, com extrema facilidade, a escassez de oportunidades para os artistas locais (pensando especificamente em músicos) manifestarem seus talentos. Os donos dos poucos bares existentes preferem, com certa razão, abrir seus espaços para nomes mais conhecidos da região, garantindo assim sua casa cheia e suas contas em dia. Os estilos agraciados com esta abertura, também são sempre os mesmos, ou seja, aqueles que estão na moda e que vão aumentar os rendimentos ao final da noite. A responsabilidade então, para a vazão do contingente artístico da cidade, cai para o poder público, que em 2 ou 3 festas anuais, mistura em meio a atrações de pequeno e médio porte do cenário nacional, alguns dos nomes de nossa terra. Óbvio, que um paralelo é traçado entre essas bandas, e mais óbvio ainda a conclusão que a grande maioria das pessoas vai chegar: “Nossa!! Essas bandinhas de Congonhas são tão ruins!!! Olha que porcaria que estão fazendo!!”.
            Em diversas entrevistas com artistas consagrados, conseguimos notar a importância da “noite” para o crescimento e amadurecimento de bandas. Sem esse contato direto com o público, passando apertos inenarráveis e situações de total improviso e jogo de cintura, o artista se torna incompleto. E quando é colocado em situação de cheque ou teste, como um show para grande público, acaba travando e não conseguindo dar o seu melhor. Temos ainda, problemas “técnicos”, com relação a equipamentos, produção, estrutura, que somente a noite e o contato/intercâmbio com outros artistas pode ajudar a solucionar.
            Visualizando estas realidades, a Solar Music, escola que vem se tornando referência na música congonhense, dá início no mês de julho ao projeto “Solar Music Convida”, onde, em parceria com a “Casa da Ladeira”, oferece espaço aos artistas que não tem espaço. Durante todas as quintas-feiras, um show com músicos competentes e repertório bem selecionado, será apresentado ao público, que terá oportunidade de conhecer e participar no processo de crescimento de muitas bandas. 
            Assim, no dia 07 de julho Sal da Terra dará as caras no projeto, tocando clássicos da MPB mineira, com toques de rock e jazz, proporcionando um ótimo show aos amantes do estilo e apresentando um repertório belíssimo a quem não conhece estes grandes mestres. No dia 14 de julho a banda Universo Inverso chega quebrando tudo, com fortes influências de hard rock e heavy metal oitentista, trazendo os grandes clássicos do estilo em uma apresentação afiada. No dia 21 de julho é a vez do Couro de Gata, banda que resgata sambas de grandes compositores brasileiros, mesclados com nomes da nova safra samba/MPB e apresenta músicas autorais, presentes em seu recém lançado CD. Fechando o mês, no dia 28 de julho a banda Power Soul será a responsável pela festa, com repertório calcado no pop rock, seja nacional ou internacional, proporcionando uma viagem no tempo, recheado de boas lembranças.
            Então, todos estão convidados a virem prestigiar os músicos de nossa terra e participar desse projeto da Solar Music, incentivando nossos talentos e participando de agradáveis noites. Lembrando que os shows começam sempre às 20:30, os ingressos custam R$ 4,00 e as reservas podem ser feitas pelo (31) 3731 2913.

4 comentários:

  1. Pena que é na quinta... fiquei com vontade de ir! :)

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  2. Gratidão é o sentimento gerado em nós de Congonhas em saber da preocupação e do compromisso que vcs tem com a música de nossa Terra. Solar Music tem razão social evidente, e a vida retornará a vocês toda essa boa intenção conosco. Meus Parabens Solar, valeu Pablo! Congonhas se engrandece com vcs!

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  3. O maior problema de congonhas é o descaso da empresa contratada para fornecer o sistema de som(sempre a mesma empresa), que para bandas grandes é um sistema de som completo, com todos os periféricos, que proporciona um excelente som final e para outras bandas, principalmente para as bandas de congonhas, fornece um sistema simples e precário com "técnico" que num sabe o mínimo de som, que está preparado somente para carregar caixas de som. Quando o mesmo é questionado, só sobra apelar e fechar a cara, pq o básico para o qual está sendo pago o mesmo nao tem capacidade de realizar!!!! Bandas boas existem em congonhas, isso é realidade, agora congonhas precisa é trazer sistema de som de outra cidade, exigindo em contrato o básico para um bom som para que o povo reconheça melhor a "prata da casa". Fora Pedro do Som, fora Gudinho, fora LordBigode!!!!!!!!

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  4. Ouvi algo em que fiquei muito chateado e com muita vontade de provar o contrário.
    Em um show de porte maior que ocorreu neste fim de semana em congonhas ( Moto Fest ), o som ficou muito redondo.
    Fiz questão de comentar sobre o profissional ( técnico de som ) que veio trabalhar para o dono do som e ouvi da boca dele que os músicos que são bons não o técnico.
    Concordando com o Juliano acima, nós não só podemos como devemos trazer os "caras de fora" para mostrar a qualidade que temos para os ouvintes de Congonhas, chega da operação dos velhos que não se preocupam em atulização. O Leguido ta vindo com força, tenho acreditado bastante nele.

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